Tahereh Mafi
ISBN: 9788563219909
Categoria: YA Book
Edição: 1ª Ed. 2012
Número de páginas: 300
Sinopse: Juliette não toca alguém a exatamente 264 dias. A última vez que ela o fez, que foi por acidente, foi presa por assassinato. Ninguém sabe por que o toque de Juliette é fatal. Enquanto ela não fere ninguém, ninguém realmente se importa. O mundo está ocupado demais se desmoronando para se importar com uma menina de 17 anos de idade. Doenças estão acabando com a população, a comida é difícil de encontrar, os pássaros não voam mais, e as nuvens são da cor errada. O Restabelecimento disse que seu caminho era a única maneira de consertar as coisas, então eles jogaram Juliette em uma célula. Agora muitas pessoas estão mortas, os sobreviventes estão sussurrando guerra – e o Restabelecimento mudou sua mente. Talvez Juliette é mais do que uma alma torturada de pelúcia em um corpo venenoso. Talvez ela seja exatamente o que precisamos agora. Juliette tem que fazer uma escolha: ser uma arma. Ou ser um guerreiro.
Ele me olha com tanta emoção que quase racho ao meio.─ Deus, Juliette...E ele está me beijando.Uma, duas vezes, até que eu tenha tido a sensação do gosto e perceba que nunca terei o bastante. Ele está por toda parte acima das minhas costas e sobre os meus braços e de repente ele está me beijando com mais força, com mais intensidade, com uma necessidade urgente e fervorosa que jamais conheci. Ele interrompe para respirar somente para enterrar seus lábios no meu pescoço, ao longo de minha clavícula, acima de meu queixo e bochechas, e eu estou arfando por oxigênio e ele está me destruindo com suas mãos e nós estamos encharcados na água e na beleza e na euforia de um momento que nunca pensei que fosse possível. Pág. 155
>>ESTA RESENHA PODE CONTER SPOILERS<<
Olá, caros leitores!! A resenha de hoje é sobre um livro que tem dividido opiniões na blogosfera. Trata-se do mais recente lançamento da Novo Conceito, o primeiro livro de uma série e debut da autora Tahereh Mafi, Estilhaça-me é um livro que flui avassaladoramente rápido em suas trezentas páginas.
Estilhaça-me conta a história de Juliette Ferrars, uma garota de dezessete anos que possui uma habilidade: Seu toque era letal. Os pais dela permitiram que a levassem para um hospital psiquiátrico por acharem que tinha criado um monstro e as coisas só pioraram quando acidentalmente tocou uma criança, trazendo assim consequências terríveis para sua vida. Estava há 264 dias isolada e alheia ao que acontecia atrás dos muros. A forma que encontrou para não enlouquecer foi escrever num caderno tudo o que viesse a mente, assim sentiria que poderia sobreviver naquele local tão opressor. Entretanto, uma rapaz surgiu repentinamente em sua cela para lhe fazer companhia. Adam era misterioso e se recusava a lhe dar satisfações sobre o motivo de estar ali, mas ela já o conhecia e se perguntava se algum momento ele a teria reconhecido também.
Juliette chegou a conclusão de que não conseguiria se manter afastada dele, embora tivesse se esforçado para manter sua mãos longe de seu corpo com receios de machucá-lo. No decorrer da história, o leitor poderia se surpreender com o verdadeiro propósito da súbita aparição de Adam e aos poucos descobriria em detalhes os planos que Restabelecimento tinha para ela.
O Restabelecimento privou as pessoas do acesso as necessidades básicas, como alimentação, educação e vestuário, determinando as condições de sobrevivência em meio ao caos e destruição. Trata-se de uma distopia, que aborda a questão do abuso de poder, escassez, desordem e rebelião, mas a história não se aprofundou tanto no contexto que se aproximaria da nossa realidade, mas é provável que a sequência traga mais ação e explique algumas situações que ficaram pouco elucidativas.
Warner comandava o Restabelecimento e pretendia usar Juliette como instrumento para impor sua autoridade e expandir ainda mais o seu controle pelo mundo. Agora começa o meu depoimento apaixonado pelo personagem. Por mais que ele seja um vilão inescrupuloso e cruel, não resisti ao seu charme e posso garantir que as cenas tensas entre ele e Juliette vale a leitura inteira, porque eu percebi o quanto ele poderia ser contraditório em suas atitudes.
Absolutamente nada escapa a Warner. Warner absorve cada detalhe.
É claro que ele sabe.
Mas estou sob o impacto da ternura em sua voz. A sinceridade com a qual ele deseja saber. Ele é como um cão selvagem, enlouquecido e feroz, sedento de caos, ao mesmo tempo que deseja reconhecimento e aceitação.
Pag. 232
Eu não tenho nada contra aos triângulos amorosos, mas é difícil ter que se posicionar a favor de um personagem em detrimento de outro, isso quando ambos me cativam exatamente da mesma forma. Adam é doce, forte, amoroso e irresistível, mas Warner também tem essas qualidades, com a diferença de que ele é o bad guy da história. Eu acho que já falei antes, mas sim tenho que reconhecer que sempre tive uma queda por vilões. Sou suspeita em falar, inclusive pelo fato de ter escrito um vilão que se tornou meu personagem favorito. A autora soube criar o melhor vilão que já tive a oportunidade de ler e falei isso para ela pelo Twitter. Ela é muito atenciosa e simpática, disse que tinha ficado feliz por pensar assim, mas torço muito para que nos próximos volumes ele possa se redimir e se tornar um cara melhor. Pode parecer utópico, mas não sei se já reparam, as pessoas tendem a gostar de um personagem que mudou e passou a agir para o bem. É só ver alguns casos ocorridos nas novelas, por exemplo. Estou mais ansiosa pela continuação motivada por Warner, do que pelo rumo que a história em si irá tomar futuramente.
A narrativa é em primeira pessoa e utilizando o tempos verbais no presente, além de utilizar o recurso da repetição de palavras, pouco uso de vírgulas e tachado para representar os pensamentos contraditórios da protagonista. Achei inovador o estilo de escrita da Tahereh, ela conseguiu imprimir sua marca em seu livro de estreia e admiro muito encontrar novos recursos na escrita que incrementem e proporcionem fluidez na história. Eu gostei do livro, mas também compartilho da opinião de alguns blogueiros por achar semelhanças gritantes entre Estilhaça-me e X-Men. A personagem possui as mesmas habilidades de Vampira, surge um personagem que lidera um grupo de resistência, Castle, mostrando-se bem ao estilo de Prof. Xavier e fora a existência de jovens que são considerados também aberrações mutantes exatamente como na HQ de Stan Lee. O desfecho final deixou pontas soltas e a certeza de que qualquer semelhança a mais entre o livro e os quadrinhos não é mera coincidência.
Um fato que me deixou intrigada também, foi constatar que apenas Adam e Warner mostraram-se imunes ao toque de Juliette. Achei conveniente demais para a história apenas os rapazes poderem tocá-la sem que com isso sofressem algum risco, mas quero saber qual será a explicação disso na sequência que será lançada no início do ano que vem nos EUA. Quero só ver! Não estou tão ansiosa assim e tampouco achei a história original, daquelas que a gente não aguenta mais esperar pelo próximo volume, mas considero que valeu a pena a leitura pelo simples fato de possuir um vilão fodástico.
Os personagens foram bem construídos e devo salientar que a leitura fluiu bem rápido e de forma envolvente, só destaquei alguns aspectos negativos porque acho necessário mostrar o que me incomodou na história, mas trata-se apenas do que eu penso a respeito.
Espero que tenham gostado da resenha e fiquem super à vontade para comentar e deixar suas impressões a respeito do livro.
Até à Próxima!!
Correio Literário #32
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